![]() |
Foto Oficial |
Seja
bem vindo olelê, seja bem vindo olalá, paz e bem pra você, que veio
participar… Repetidas vezes ouviu-se este refrão de alegria e de acolhida
no Seminário Santo Antonio de Agudos. Ora ao som de pandeiro e casaca, ora da
palma e do gogó. Era para receber ônibus, van e carro, gente de longe e de
perto. Nesta mistura jovem de fraternidade, quem estava sendo acolhido já
passava acolher. Foi de verdade uma explosão de alegria!
Entre
os dias 12 e 14 de outubro, Agudos se transformou em lugar místico que recebeu
127 jovens e 14 frades das frentes de evangelização da Província Franciscana da
Imaculada Conceição do Brasil. A juventude esteve reunida aos pés de Clara de
Assis ouvindo dela “não perca de vista seu ponto de partida”.
A
manhã do primeiro dia de encontro foi marcada pela chegada e acolhida dos jovens
que, em grande parte, viajaram à noite para se fazerem presentes. Na celebração
inicial, destaque para a acolhida da Palavra de Deus, pronunciada na Bíblia e na
vida de Maria, Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, celebrada no
dia.
Frei
Toni foi quem abriu o encontro fazendo memória do I Encontro de Jovens da
Província ocorrido em abril de 2011. Lembrou que naquela ocasião os frades
quiseram ouvir os jovens, seus desafios, medos, protestos e esperanças. Neste,
os frades também querem partilhar. Frente aos desafios, medos e alegrias
experimentados pela juventude, o que os frades têm a dizer?
Os
desafios da evangelização e a centralidade da Palavra de Deus.
À
tarde do dia 12, frei Toni conversou com os jovens sobre os desafios da
Evangelização. Ele abordou a questão a partir da compreensão do que é Palavra de
Deus. “Eu gostaria de abordar os desafios da evangelização a partir do que se
compreende por Palavra de Deus”. Frei Toni deixou claro que Deus nos fala
constantemente, e que sua primeira palavra na história foi a CRIAÇÃO, depois a
VIDA de cada um de nós e, por fim, a grande Palavra de Deus pronunciada na
história da humanidade foi CRISTO. Ficou claro que a Palavra de Deus é muito
maior que a Bíblia, mas que a Bíblia é um instrumento importantíssimo para a
interpretação da vida. Parece que o grande desafio da Evangelização, e também
seu apelo, é voltar à Palavra de Deus e, especialmente, aproximá-la da vida da
juventude.
A
partilha continuou nos grupos que se formaram logo em seguida e ainda na
plenária, onde não faltou assunto, nem lucidez. Aliás, as contribuições dos
jovens durante todo o encontro foram de grande seriedade e maturidade, típicas
de quem quer abraçar uma proposta séria e adulta. É notável que realmente os
jovens percebem na herança de Clara e Francisco um caminho capaz de contribuir
muito neste sentido.
Não
perca de vista seu ponto de partida…
“Olhar
para Clara é redescobrir a mãe, é reencontrar a mãe”. Assim Frei Vitório trouxe
para o meio dos jovens a grande referência do encontro, Clara de Assis. A jovem
Clara lançou os jovens para o que é o ponto de partida da vida cristã, o
Evangelho. “Não perca de vista seu ponto de partida”. “Só sabe o ponto de
chegada quem, na verdade, não perde de vista seu ponto de partida”, endossou
Frei Vitório.
Clara
foi apresentada como a mulher apaixonada, decidida, lúcida, que frustra as
expectativas sociais de seu tempo e arrisca sua vida por alguém grandioso, o
Cristo pobre, que a desposou e a quem ela não teve medo de amar.
Ecos
da caminhada
As
horas foram curtas para um momento de apresentação dos trabalhos e iniciativas
que foram desencadeados após o I Encontro de Jovens em 2011. De fato o encontro
parece ter sido o despertar de um tempo novo do trabalho da Província junto à
juventude. Grandes desafios ainda existem, mas muita coisa já vem sendo
feita.
Fazendo
ecos da caminhada os jovens puderam apresentar o que têm feito depois do
“despertar” gerado por Agudos. Foi bonito de ver o entusiasmo da juventude, a
sede e o esforço por temperar a Evangelização com o carisma franciscano.
JMJ
2013
Um
assunto obrigatório foi a Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no próximo
ano no Rio de Janeiro. O grupo da PJF (Pastoral da Juventude Franciscana) do
Santuário Senhor Bom Jesus dos Perdões de Curitiba deu dinamismo clareza ao
assunto. Insistiram muito que a JMJ é maior do que o que acontecerá no Rio de
Janeiro entre os dias 23 a 28 de julho. “O Rio e o encontro com o Papa serão
apenas a celebração da JMJ. É preciso muita atenção para a pré-jornada (Semana
missionária) e a pós jornada para que ela não seja um momento vazio”.
Além
do aprendizado e da sintonia com a JMJ, os jovens do encontro tiveram a
oportunidade de fazer uma construção conjunta de propostas para a Semana
Missionária. O que é possível e interessante fazer em cada realidade, paróquia
ou diocese junto aos jovens do lugar e dos peregrinos estrangeiros. A construção
foi rica e comporá um banco de dados posto a disposição de todos para fomentar
os trabalhos nas bases.
A
JMJ também terá no seu rosto um traço franciscano. “Queremos marcar a Jornada
com o jeito e o traço franciscano”, disse Frei Diego apresentado as iniciativas
da Família Franciscana para a JMJ. Deixou claro que não queremos competir, mas
somar e oferecer para os jovens um espaço franciscano que será o Convento Santo
Antonio no Largo da Carioca.
Cultura…
A
noite do sábado foi cultural. Impressionou a facilidade com que juventude rima
com poesia, canto, teatro, comédia, dança, improviso, alegria, hip
hop, animação, performance, música … e o fôlego foi até às 23h. Houve
apresentações preparadas em casa, improvisadas, pouco ensaiadas, apresentações
emocionantes dos donos da casa, os aspirantes e Frei Walter.
No
palco, os artistas foram assistidos com expectativa pelos demais jovens e frades
da casa, mas, desta vez, o palco também assistiu uma juventude que gosta de
partilhar o que tem, gosta de tornar comum o que traz de casa, gosta de fazer
rir e de fazer pensar, gosta de cultura.
Enfim,
a cultura virou festa e a noite cultural foi encerrada com samba no pé, mesmo de
quem é habituado ao vanerão. Aula de samba rápida, cada um mostrando o que já
sabia e pronto! Em minutos estava formada a escola de samba Unidos de Agudos,
como os jovens chamaram.
Fé
e celebração
O
encontro foi marcado fortemente com momentos intensos e bonitos de oração e
celebração, preparados com primor e devoção. Destaque para quatro momentos
fortes: A celebração inicial de acolhida da Palavra de Deus e consagração à Mãe
Aparecida; a oração da noite de sexta ao redor de Santa Clara com dança
circular, velas e mantras; a celebração da Palavra no sábado pela manhã em
pequenos grupos e a Celebração eucarística de encerramento presidida pelo
ministro provincial Frei Fidêncio, que esteve acompanhando o encontro como irmão
entre os jovens. Ele destacou que a Celebração de encerramento tinha duas faces:
“esta Missa é ação de graças por estes dias e por nossa caminhada e também de
envio, pois encerra o encontro e nos devolve para nossa vida e nossa realidade,
para onde voltaremos ainda mais entusiasmados.”
Na
celebração de encerramento, além de agradecer e partilhar com os jovens palavras
cheias de entusiasmo e ternura, Frei Fidêncio entregou para cada participante
um boton com
o logotipo da presença franciscana da JMJ.
Desafios
Sem
dúvida o avivamento promovido pelo encontro trazs consigo também desafios aos
jovens e frades na realidade da sua frente de evangelização, mas o encontro
apontou especialmente dois que precisarão ser amadurecidos pela “nossa
Província” como os jovens gostam de identificar, em parceria com a “nossa
Juventude” como os frades a identificam:
-
Esta iniciativa de trabalho com a juventude pode ter desencadeado um “efeito
dominó”. Um desafio, apontado também pelos próprios jovens, é o de que a
Província não busque construir um traço franciscano apenas no trabalho com eles,
mas também junto a outras frentes de evangelização e outros agentes com a
finalidade de imprimir a marca franciscana.
-
As avaliações apontaram para o anseio e necessidade de um grupo misto de
articulação deste trabalho junto com a juventude, formada por frades e jovens
leigos. Tem-se a impressão de que este grupo qualificaria ainda mais as
iniciativas já existentes e fortaleceria as bases.
O
Almoço do dia 14 foi a despedida. Nos abraços ouviu-se muito a saudação “até o
próximo!” Parecia confirmação de que o encontro foi bom e também desejo que um
outro aconteça logo. E foi assim, sem perder de vista o ponto de partida, que
jovens e frades voltaram para o chão de sua ação evangelizadora, sabendo ainda
melhor aonde querem chegar.
Aos
jovens e frades que trabalharam na organização do encontro, a gratidão e
admiração dos participantes. Aos 127 jovens que deixaram tudo no feriadão da
padroeira do Brasil os votos de que recebam 100 vezes mais.
Paz
e bem!
Frei
Renato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário